Neste pequeno artigo trataremos dos fundamentos da teologia natural de Agostinho. Abordá-la-emos por tópicos. Antes de tudo, mostraremos que, em Agostinho, as criaturas são como que degraus que nos ascendem a Deus. Em seguida, tentaremos evidenciar que o conhecimento de Deus que nos é proposto por suas criaturas é um conhecimento negativo, ou seja, por meio delas conhecemos menos o que Deus é e mais o que Ele não é. Depois disso, esmeraremos por frisar que, embora as criaturas não nos deem a conhecer o que Deus é em si mesmo, pelas escalas de perfeições que elas nos apresentam, elas nos apontam para a existência de um ser supremo, suprema perfeição, que Deus é. Por fim, consoante a revelação do nome de Deus a Moisés, esforçar-nos-emos por patentear que, em Agostinho, Deus é o sumo ser porque é imutável.
Lançaremos mão de algumas obras de Agostinho: A Trindade, com tradução de Augustino Belmonte pela Paulus; A Doutrina Cristã, com tradução de Nair de Assis Oliveira, também pela Paulus, e Confissões, com tradução de Maria Luiza Jardim Amarante pela Paulus. Também disporemos dos clássicos de Étienne Gilson: La Philosophie au Mon Âge. De Scot Érigène à Guilllaume d’Occam (1922), na versão modificada – La Philosophie au Mon Âge. Dès Origines Patristiques à la Fin du XIV – de 1944. A tradução que seguiremos, no caso, será a brasileira, feita por Eduardo Brandão e lançada pela editora Martins Fontes, em 1995: A Filosofia na Idade Média. Valer-nos-emos, além disso, da História da Filosofia Cristã. Desde as Origens até Nicolau de Cusa (1951) – parceria de Gilson com Philotheus Boehner –, trazida para o vernáculo pelo Prof. Raimundo Vier, em 1970, a partir da edição alemã: Christliche Philosophie – von ihren Anfaengen bis Nikolaus von Cues (1952 a 1954).