O Filho Unigênito do Pai Eterno, que apareceu sobre a terra para trazer ao gênero humano a salvação e a luz da sabedoria divina, concedeu, certamente, um grande e admirável benefício ao mundo, quando, havendo de subir novamente aos céus, mandou aos apóstolos que “(...) fossem ensinar todas as gentes”; e deixou a Igreja por ele fundada como mestra comum e suprema dos povos. Pois os homens, aos quais a verdade havia libertado, deviam ser conservados na verdade; nem haveriam durado por muito tempo os frutos das doutrinas celestes, pelas quais o homem adquiriu a salvação, se Cristo, Nosso Senhor, não houvesse constituído um magistério perene para instruir os entendimentos na fé.
Porém, a Igreja, ora animada com as promessas do seu divino autor, ora imitando a sua caridade, de tal sorte cumpriu seus preceitos, que sempre teve em vista e foi seu principal desejo, ensinar a religião e lutar perpetuamente contra os erros. A isto tendem os trabalhos diligentes de cada um dos Bispos, a isto as leis e os decretos promulgados pelos Concílios, e, em especial, a cotidiana solicitude dos Romanos Pontífices, aos quais, como a sucessores no primado do bem-aventurado Pedro, Príncipe dos Apóstolos, pertencem o direito e a obrigação de ensinar e confirmar a seus irmãos na fé. |