Guilherme de Ockham nasceu na Inglaterra, por volta do ano de 1285. Ainda jovem entrou na Ordem franciscana. Em 1307 tornou-se diácono. Tudo indica que tenha cursado teologia em Oxford, de 1309 a 1315. Como Bacharel Bíblico, leu as Sagradas Escrituras de 1315 a 1317; como Bacharel Sentenciário, leu o livro das Sentenças de Pedro Lombardo de 1317 a 1319. Não foi promovido para regente, quiçá por ser suspeito de heresia. Denunciado por defender doutrinas estranhas, sua situação agravou-se quando se colocou contra o Papa na questão da pobreza. Residindo em Avinhão, teve que fugir por causa do agravamento do seu processo, pedindo asilo e proteção a Luís de Baviera, em Pisa. Em 1329, passou a residir em Munique, onde se dedicou a escrever obras de caráter contestatório à política eclesiástica do seu tempo. Após a morte de Luís, Ockham, habilmente, tentou fazer as pazes com o Papa, retratando-se das suas doutrinas “político-eclesiásticas”. Morreu em 1349, provavelmente vitimado pela peste negra.
Ockham é a principal referência do nominalismo no século XIV. Sem dúvida, o Inceptor Venerabilis foi o maior lógico do seu tempo. Neste artigo, almejamos expor, em suas linhas gerais, a sua prova da existência de Deus, que parte dos mesmos pressupostos da de Duns Escoto, acrescentando-lhe somente o conceito de causa eficiente-conservante. Após breve intróito acerca da distinção entre os conhecimentos teológico e filosófico de Deus, passaremos a destacar a prova da existência de Deus tomada da contingência do mundo que exige, além de uma causa eficiente, como já previra Duns Escoto, uma causa conservante, pois uma coisa que subsiste por si depois de ter sido produzida, perde o seu caráter contingente, que é, por sua vez, o fundamento da prova. Em seguida, passaremos às considerações finais ao texto, retomando a base do seu argumento.