Alberto nasceu em Lauingen, na Subáia, em 1206/1207. Enviado pela família a Bolonha, iniciou aí os seus estudos universitários em 1222, mas os continuou em Pádua, onde também ingressou na Ordem Dominicana, em 1223. Irmão Alberto concluiu os seus estudos em Colônia. De 1228 a 1240 lecionou em várias cidades alemãs; nesta última data, porém, dirigiu-se a Paris, onde cursou Teologia e se tornou Mestre Regente. Em Paris, conheceu o seu mais ilustre aluno, Tomás de Aquino, a quem levou para Colônia, a fim de ajudá-lo na incumbência de organizar um Studium Generale. Foi durante a sua estada em Colônia que Alberto começou os seus trabalhos de comentário a Aristóteles. Em 1254, foi eleito superior da Província da Alemanha. Lutou pela causa dos mendicantes contra Guilherme de S. Amour; passou uma temporada em Florença (1257) e, após retornar a Colônia (1258), elaborou um programa de estudos. Nomeado Bispo por Alexandre IV em 1261, renunciou ao cargo no ano seguinte. Participou de pregações durante as cruzadas em terras germânicas e foi notória a sua participação no Concílio de Lyon em 1274. Esteve em Paris pela última vez em 1277. Faleceu em Colônia no ano de 1280. Versado em todas as ciências de sua época, Frei Alberto foi, sem nenhum favor, um dos maiores sábios de todos os tempos.
Nosso texto busca trabalhar as relações entre fé e razão, filosofia e teologia, na obra de Alberto. Antes de tudo, mostrando a autoridade que Alberto conquistou ainda em vida. Por um singular privilégio concedido aos homens do seu tempo, recebeu a honra de ser considerado um auctor. Suas obras compunham parte das lectiones na universidade; suas ideias transformavam-se em quaestiones nas disputationes. Veremos, pois, que ele chegou a esta fama sem par em seu tempo, pela inédita distinção que elaborou entre fé e razão, filosofia e teologia, estabelecendo as suas possibilidades e limites. Verificaremos, ademais, que a distinção que cunhou entre filosofia e teologia, levou-o a conceber um duplo conhecimento da realidade e um duplo conhecimento acerca de Deus. Consideraremos, além disso, como a distinção que desenvolveu entre filosofia e teologia, conduziu-o, pois, a reavaliar o peso das autoridades, distinguindo-as em suas respectivas áreas e relativizando-as. Procuraremos frisar, além do mais, como em ciências naturais, Alberto praticamente renuncia as auctoritates em nome da experiência sensível reiterada. Por fim, passaremos às considerações finais sobre o texto.