A importância de Tomás de Aquino para a educação está, sobretudo, no âmbito de sua antropologia filosófica. Ocorre em Tomás uma efetiva superação do dualismo platônico (corpo e alma), que era a doutrina dominante na época. Segundo alguns adeptos deste tipo de dualismo a intelecção humana só seria possível, se em cada caso ocorresse uma iluminação correspondente e imediata de Deus. Já a revolucionária antropologia tomásica, embora não negue a iluminação divina, destaca que tal iluminação procede da própria natureza do ser criado. Por conseguinte, é o homem que, dotado desta luz natural da razão, conhece e ensina.
Além disso, para os platônicos, o corpo, a menos que seja radicalmente absorvido pela alma, é uma prisão, um empecilho para que a alma chegue ao conhecimento da verdade. Já para Aristóteles e Tomás, no assim chamado realismo moderado, o corpo e os sentidos são os caminhos necessários para que haja qualquer tipo de conhecimento natural, visto que é através dos sentidos que o homem pode chegar ao inteligível. Aliás, para o Aquinate, é através de sinais sensíveis que o professor começa a levar o aluno a fazer a sua própria intelecção. |