Neste artigo trataremos daquele conhecimento da natureza divina que podemos lograr pela via da negação em Tomás de Aquino. Procederemos da seguinte forma. Em primeiro lugar, exporemos as razões pelas quais Tomás julga ser impossível a obtenção de um conceito positivo da essência divina em si mesma, nesta vida. Em seguida, explicaremos, em suas linhas gerais, em que consiste o conhecimento que obteremos da natureza divina pela via da negação. Dando prosseguimento ao texto, aplicaremos a mesma via da negação, a fim de conhecermos algo das perfeições concernentes a Deus. Depois, buscaremos conhecer as relações existentes entre: perfeição e ser, perfeição e ato e perfeição e existir. Fá-lo-emos com o intuito de realçar o caráter existencial da nossa abordagem, fundamentada na “metafísica do esse” gilsoniana. Após acentuarmos a primazia do esse, trataremos de destacar algumas perfeições divinas, obtidas diretamente mediante a via da negação: a bondade, imediatamente decorrente da suma perfeição divina, a infinidade, a onipotência, a onisciência, a imutabilidade e a eternidade. Esforçar-nos-emos para evidenciar que uma decorre da outra. Por fim, concluiremos salientando que a multiplicidade das perfeições perfiladas não compromete a unicidade e a simplicidade da essência divina. |