Apesar de lançado agora, há muito escrevi este artigo. O autor do livro do Eclesiástico afirma: “Não ordenou a ninguém ser ímpio, não deu a ninguém a licença de pecar” [Eclo 15, 20/21]. A afirmação diz muito. E, ainda que prescindíssemos do contexto religioso, este dito permaneceria em pé, como um ditame inviolável da nossa consciência. Esta a ninguém – em nome de causa alguma – deu o “privilégio” de ser “legalista” quando bem lhe aprouver e “virar a mesa” quando lhe prouver. Não faz parte da humildade cristã – sobre a qual o texto discorre – que o cristão aceite tapetões, exatamente porque a consciência nunca revogou a máxima segundo a qual a ninguém está ordenado ser injusto com outrem somente porque lhe interessa. “Tribulação e angústia para toda pessoa que pratica o mal, para o judeu em primeiro lugar, mas também para o grego; glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, para o judeu em primeiro lugar e também para o grego. Porque Deus não faz acepção de pessoas” [Rm 2, 10]. De fato, Deus não faz acepção de pessoas, nem a consciência que Ele nos deu! |