O conceito de
Tempo em Agostinho, por LUIS HENRIQUES
JÚNIOR
Este trabalho monográfico tem como objetivo
analisar o conceito de tempo em Santo Agostinho, que se encontra especialmente
no livro XI de sua obra as Confissões. A
nossa pesquisa monográfica, esta voltada para a problemática do tempo. Este
célebre problema levou o nosso filósofo a uma reflexão metafísica da sua
essência. Para realizar a interpretação deste tema, alguns conceitos são
discorridos conjuntamente, pois estão numa relação que se entrecruzam. Tais
conceitos observados no bojo da temática do tempo são: o conceito de tempo nas
Confissões e a sua diferença em relação à eternidade; a concepção do tempo na
alma, às medidas do tempo (passado, presente e futuro) e a distensão da alma.
Veremos como são distintos tempo e eternidade, o tempo que é mutável e está
sempre a fluir possuindo movimento e sucessão; e a eternidade que é imutável e
permanece fixa não tendo movimento e nem sucessão. O tempo não será mais visto
extra homem, segundo Agostinho, mas sendo tempo na interioridade da alma, como
memória do indivíduo, a qual posteriormente, ficou conhecida como metafisica da
interioridade. Levando assim, a inauguração de um novo conceito na história da
filosofia em relação ao tempo psicológico. Trazendo um contributo ao pensamento
Ocidental. O tempo será visto como uma criatura distinta de seu Criador. Pois
Deus é substância divina, infinita e imutável em si mesmo. O tempo como
criatura ao contrário é finito, mutável, sujeito a alterações. Iremos refletir
como se mede o tempo, a partir de sua passagem que passou pelo observador e
deixou em seu espírito imagens-vestígios. O enigma do tempo vai sendo analisado
e confrontado pela antiquíssima questão do ser e do não-ser. Neste paradoxo, o
filósofo resolve este problema trazendo para o interior do homem a compreensão
do tempo. Sendo, portanto na alma humana a chave para a solução deste enigma.