Este artigo trabalha, fundamentalmente, quatro conceitos em Tomás de Aquino: o de revelado e revelável, enquanto se encontram inseridos no conceito maior de Revelação, objeto próprio da teologia. Entretanto, nosso texto não trabalhará estes conceitos em si mesmos, senão em sua relação com a filosofia. Para atender a este fim, o texto começa com um intróito que consiste em ressaltar a defesa que o Aquinate empreende a favor do ensino e do magistério entre os frades. Ele a faz, mostrando que o ensino e o magistério não são uma dispensa da vida contemplativa, a qual estava precipuamente destinada à vida dos frades, mas um transbordamento desta. Assim sendo, tentaremos definir as relações entre vida ativa e vida contemplativa no âmbito do ensino.
Em seguida, mostrando que o ensino defendido pelo Aquinate era, sobretudo, o da teologia, tentaremos evidenciar como a filosofia se inseria nele. Faremos isto, procurando trabalhar a distinção que Tomás faz, no bojo da própria Revelação – objeto próprio da teologia – entre revelado e revelável.
Em nossa exposição, teremos dois textos básicos: a Summa Theologiae de Tomás, na sua mais recente tradução brasileira – empresa de fôlego das Edições Loyola –, que resultou no aparecimento de nove volumes, entre os anos de 2001 a 2006, e o clássico Le Thomisme (1919) de Étienne Gilson, o qual frequentaremos na sua versão castelhana (1951) – única autorizada do original francês – por Alberto Oteiza Quirino: El Tomismo: Introducción a La Filosofía de Santo Tomás de Aquino. |