Deus existe? Se Ele existe ou não, como podemos saber, se antes não soubermos no que consiste o existir? Se o objeto próprio do nosso intelecto, como diz Tomás, é a quididade (quidditas) das coisas sensíveis, como podemos chegar a conhecer a existência de um ente metafísico? Não seria a nossa razão inábil para fazer tal inferência? Neste caso, a questão da existência ou não de Deus não seria um problema alheio à filosofia, pertencendo apenas ao campo da fé? Ou será que, como pensava Tomás, podemos, perquirindo a contingência das coisas sensíveis, ascendermos à existência de Deus por meio de minudente raciocínio dedutivo? Se a resposta for positiva, isto é, se a existência de Deus pode ser admitida pela razão, mister é contemplá-la na persecução da pesquisa filosófica e urge que nos detenhamos na consecução dos seus corolários. |